A seguir, confira nosso texto sobre "Mentiras Comuns de Dependentes Químicos: Como Confrontá-las?" feito por clínicas de recuperação e reabilitação em SP para você.
Você provavelmente já se deparou com essa situação: alguém próximo está lutando contra uma dependência e, por mais que você queira ajudar, as mentiras parecem não ter fim. “Não usei nada hoje”, “Foi só desta vez”, “Estou parando sozinho”… Soa familiar, né?
É uma das partes mais dolorosas de conviver com um dependente químico. Você quer acreditar, quer ter esperança, mas no fundo sabe que algo não bate. E olha que não estou exagerando não as mentiras fazem parte do próprio processo da dependência.
Bom, vamos esclarecer isso de uma vez por todas.
O que este artigo aborda:
- Por que dependentes químicos mentem?
- Quais são as mentiras mais comuns?
- Como a família deve reagir?
- Quando procurar ajuda profissional?
- O que fazer quando pegar uma mentira?
- Como criar um ambiente de honestidade?
- Conseguindo ajuda

Por que dependentes químicos mentem?
A verdade é que a mentira não acontece porque a pessoa é má ou desonesta por natureza. É bem mais complexo que isso e você precisa entender o que é a dependência química antes de qualquer coisa.
Sabe aquela sensação de quando você fez algo errado e tenta esconder? Então, imagine isso multiplicado por mil. O dependente químico vive em um ciclo constante de vergonha, isolamento social, culpa e desespero. A substância já tomou conta da vida dele de tal forma que mentir vira quase um reflexo de sobrevivência.
A droga age literalmente alterando o funcionamento do cérebro. A região responsável pelo julgamento e tomada de decisões fica comprometida. Dá para imaginar como fica difícil ser honesto quando seu próprio cérebro está trabalhando contra você, né?
Além disso, existe o medo do julgamento. “Se eu contar a verdade, vão me abandonar”, “Vão me internar”, “Vão cortar meu dinheiro”. Essas preocupações, por mais irracionais que pareçam para quem está de fora, são muito reais para quem está vivendo a dependência.
Quais são as mentiras mais comuns?
Ao longo dos anos lidando com casos de dependência, algumas mentiras aparecem praticamente em todos os relatos. É como se existisse um manual não escrito que todos seguem…
“Não usei nada hoje” – Essa é clássica. Pode ser que realmente não tenha usado hoje, mas ontem… bem, aí já é outra história.
“Foi só desta vez” – O que muita gente não sabe é que, para o dependente, cada uso realmente parece que vai ser o último. Não é má fé. É a ilusão de controle que a própria dependência cria.
“Estou conseguindo parar sozinho” – Sabe quando alguém tenta construir uma casa sem ferramentas adequadas? É exatamente assim que funciona tentar sair de uma dependência sem ajuda profissional. Possível? Talvez. Provável? Bem difícil.
“O dinheiro foi para outra coisa” – Desde contas inventadas até emergências que nunca existiram. A criatividade não tem limite quando a necessidade da droga bate.
“Só uso nos fins de semana” – Essa é interessante porque às vezes até começa sendo verdade. Mas a dependência não respeita calendário, né?
Como a família deve reagir?
Aqui vem a parte mais delicada. Como a família lida com alguém que mente para você constantemente, mas que você ama e quer ajudar?
Primeiro, entenda que confrontar aos gritos ou com acusações raramente funciona. Na verdade, pode até piorar a situação. O dependente já está na defensiva, então mais pressão pode fazer com que ele se feche ainda mais.
O ideal é estabelecer consequências claras e, principalmente, cumpri-las. “Se você usar drogas, não vai ter dinheiro para sair este fim de semana.” Falou, tem que cumprir. É difícil? Muito. Mas é necessário.
Outra coisa importante: não facilite o uso. Não dê dinheiro “para o lanche” quando você suspeita que vai virar droga. Não invente desculpas para o chefe quando a pessoa falta no trabalho por causa do uso. Isso se chama codependência, e só prolonga o sofrimento de todo mundo.
E olha que não é sobre ser cruel. É sobre amor responsável. Às vezes, a melhor forma de ajudar alguém é não facilitar os comportamentos destrutivos.
Quando procurar ajuda profissional?
Essa é uma pergunta que escuto muito: “Em que momento eu devo buscar ajuda especializada?”
A resposta é bem direta: quanto antes, melhor. Não precisa esperar a situação virar um caos total. Se as mentiras estão acontecendo com frequência, se você suspeita de uso de substâncias, se a pessoa está mudando o comportamento drasticamente… é hora.
Existem profissionais especializados em dependência química que sabem exatamente como lidar com essas situações. Eles têm técnicas específicas para confrontar as mentiras de forma terapêutica, sem destruir o relacionamento.
Centros de tratamento, psicólogos especializados, grupos de apoio… são várias opções. O importante é não tentar resolver tudo sozinho. Dependência química é uma doença complexa que exige tratamento adequado.
O que fazer quando pegar uma mentira?
Momento tenso, né? Você tem certeza de que a pessoa está mentindo, mas como agir sem piorar tudo?
Primeiro, mantenha a calma. Sei que é mais fácil falar do que fazer, mas explosões emocionais raramente levam a conversas produtivas.
Apresente os fatos que você tem de forma clara e sem julgamentos. “João, você disse que estava no trabalho das 14h às 18h, mas o seu chefe me ligou perguntando onde você estava.” Simples e direto.
Dê espaço para a pessoa se explicar, mas não aceite mentiras em cima de mentiras. Se a explicação não faz sentido, você pode dizer algo como: “Entendo que você pode estar com dificuldade para ser honesto comigo agora, mas preciso que saiba que estou aqui para ajudar, não para julgar.”
O objetivo não é “vencer” a discussão ou provar que você está certo. É abrir um canal de comunicação honesta e mostrar que há consequências para as mentiras.
Como criar um ambiente de honestidade?
Sabe o que muita gente não percebe? Às vezes, criamos um ambiente onde a mentira parece a única opção segura.
Se toda vez que o dependente é honesto sobre o uso, ele leva bronca, gritos ou punições severas, qual é o incentivo para continuar sendo honesto? É como ensinar alguém que a verdade é perigosa.
Isso não significa aceitar o uso de drogas. Significa separar a honestidade do comportamento. “Obrigado por me contar a verdade sobre ter usado ontem. Agora vamos conversar sobre as consequências que combinamos.”
Crie momentos específicos para conversas sem julgamentos. “Todo domingo à noite, vamos sentar para conversar sobre como foi a semana. Quero ouvir a verdade, seja ela qual for.” E cumpra essa promessa de não julgar durante esse momento.
É um processo longo e que exige muita paciência. Mas construir confiança é fundamental para qualquer tratamento dar certo.
Conseguindo ajuda
Se você está vivendo essa situação, saiba que não está sozinho. Milhares de famílias passam pelo mesmo drama diariamente.
Existem grupos de apoio específicos para familiares de dependentes químicos, como o Nar-Anon. Lá você vai encontrar pessoas que entendem exatamente pelo que você está passando e podem compartilhar estratégias que funcionaram para elas.
Não tenha vergonha de buscar terapia para você também. Conviver com um dependente químico é extremamente desgastante emocionalmente. Cuidar da sua saúde mental não é luxo, é necessidade.
Lembre-se: você não é responsável pela recuperação da outra pessoa, mas pode ser um importante apoio no processo. A diferença entre essas duas coisas é fundamental para sua própria sanidade.
Perguntas Frequentes
Como saber se alguém está mentindo sobre uso de drogas?
Alguns sinais incluem: mudanças bruscas no comportamento, versões contraditórias da mesma história, evitar contato visual, ficar na defensiva quando questionado sobre onde esteve ou o que fez.
Devo vasculhar as coisas da pessoa para procurar evidências?
É uma linha tênue. Se a pessoa mora na sua casa e você tem motivos para suspeitar, pode ser necessário. Mas sempre comunique que vai fazer isso e por quê.
E se a pessoa negar mesmo com evidências claras?
Isso é comum. Apresente os fatos, estabeleça as consequências e cumpra. Não tente convencer alguém da realidade se a pessoa não está pronta para aceitá-la.
Quanto tempo demora para um dependente parar de mentir?
Varia muito. Algumas pessoas começam a ser mais honestas logo no início do tratamento, outras demoram meses. O importante é manter a consistência na forma como você lida com as mentiras.
Se você conhece alguém que está passando por isso, compartilhe essas informações. Às vezes, uma palavra na hora certa pode fazer toda diferença no mundo.Tentar novamente
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